Deixo o texto en portugués pois fixen un resume da wikipedia lusa.
O Castelo de Chaves, localiza-se na freguesia de Santa Maria
Maior, cidade e município de Chaves, distrito de Vila Real, em Portugal. Em
posição dominante sobre uma elevação à beira do rio Tâmega, defendia a
fronteira com a Galiza. O Castelo de Chaves está classificado como Monumento
Nacional desde 1938.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, Chaves
foi inicialmente tomada aos mouros por Afonso III de Leão (866-910), que teria
determinado uma reconstrução de suas defesas. Esta primitiva edificação do
castelo é atribuída ao conde Odoário, no século IX. No primeiro quartel do
século X, entretanto, Chaves voltou a cair no domínio mouro.
Afonso VI de Leão e Castela incluiu a povoação de Chaves no
dote da princesa Teresa de Leão e Castela, quando a casou com o conde D.
Henrique de Borgonha (1093), passando a integrar os domínios do Condado
Portucalense. A tradição local refere, entretanto, que, por volta de 1160, os
irmãos Rui e Garcia Lopes, cavaleiros de D. Afonso Henriques, conquistaram
Chaves para a Coroa portuguesa. Por este feito, teriam sido recompensados pelo
soberano com os domínios da povoação e seu castelo. Os corpos dos irmãos
encontram-se sepultados na Igreja de Santa Maria Maior.
Por volta de 1221, Afonso IX de Leão e Castela, visando
assegurar para a sua esposa, D. Teresa, infanta de Portugal, a posse dos
castelos que o pai dela, Sancho I de Portugal (1185-1211) lhe legara em
testamento, e que o irmão, Afonso II de Portugal lhe reivindicava, invadiu
Portugal, conquistando Chaves. O domínio de Chaves só seria devolvido a Portugal
entre o final de 1230 e o início de 1231, em virtude de negociações tratadas na
vila do Sabugal (então leonesa), entre Sancho II de Portugal e Fernando III de
Leão e Castela.
Embora tradicionalmente se afirme que Chaves foi o local das
núpcias de Afonso III de Portugal (1248-1279) com a infanta D. Beatriz, filha
ilegítima de Afonso X de Castela, na realidade o soberano dirigiu-se a Santo
Estevão de Chaves (1253). Foi este soberano quem, determinando a reconstrução
de suas defesas, outorgou o primeiro foral a Chaves, em 1258, com direitos
idênticos aos de Zamora, no reino de Leão. Data desta época, assim, o início da
reconstrução do castelo com a ereção da torre de menagem, para o que
construibuiam os moradores dos termos de Chaves e de Montenegro mediante o
pagamento da anúduva. Alguns autores referem que a construção desta torre de
menagem foi uma resposta à construção do Castelo de Monterei, no lado oposto da
fronteira, no reino da Galiza.
O seu sucessor, Dinis de Portugal (1279-1325), deu
prosseguimento às obras, concluindo a torre de menagem e a cerca da vila.
Afonso IV de Portugal (1279-1325), por sua vez, confirmou o foral à vila (1350).
No contexto da crise de 1383-1385, a vila de Chaves tomou
partido por D. Beatriz e D. João I de Castela. Após a batalha de Aljubarrota
(1385), as forças do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, impuseram cerco ao
castelo, que se estendeu de Janeiro a Abril de 1386, até à rendição de seu
alcaide-mor, Martim Gonçalves de Ataíde. Em recompensa, D. João I de Portugal
doou estes domínios ao Condestável, que os legou como dote a sua filha D.
Beatriz, pelo casamento com D. Afonso, 1° duque de Bragança. Por este motivo,
alguns autores também denominam o Castelo de Chaves como o Castelo do Duque de
Bragança.
Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), a povoação e seu
castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c.
1509). Chaves recebeu o Foral Novo do soberano a 7 de Dezembro de 1514.
Da Guerra da Restauração aos nossos dias
O castelo voltaria à ação durante a Guerra da Restauração,
tendo-lhe sido modernizadas as defesas, adaptadas aos então modernos tiros de
artilharia. Para esse fim, entre 1658 e 1662 foram reconstruídas as muralhas da
vila, mais baixas, com traçado abaluartado, escavados fossos secos, colocadas
estacas no Alto da Trindade, e erguidos o Revelim da Madalena e o Forte de São
Francisco, sob a direção do Governador Militar, D. Rodrigo de Castro, conde de
Mesquitela. Numa segunda etapa, entre 1664 e 1668 a estacaria do Alto da
Trindade deu lugar ao Forte de São Neutel, sob a orientação do Governador Militar,
General Andrade e Sousa.
No contexto da Guerra Peninsular estas defesas voltariam a
ser guarnecidas. Com a paz, as muralhas de Chaves foram sendo absorvidas pelo
progresso urbano, conforme exemplificado na região da Porta do Anjo e na da Rua
do Sol.
No século XX, Chaves foi elevada a cidade a 12 de Março de
1929, estando o seu castelo classificado como Monumento Nacional por Decreto
publicado em 22 de Março de 1938. No final da década de 1950, a Direcção Geral
dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciou uma série de intervenções
de consolidação, limpeza, restauro e reconstrução das suas defesas. Os
trabalhos prosseguiram ao longo das décadas de 1960 e de 1970, culminando, em
1978, com a instalação de um museu histórico-militar nas dependências da torre
de menagem do castelo medieval.
Características
O conjunto é marcado pelo castelo medieval, em posição
dominante sobre a cidade, com planta rectangular compreendendo internamente a
Torre de Menagem e, externamente, fortificações abaluartadas ao estilo Vauban.
Do castelo medieval sobreviveu apenas parte da muralha e a
Torre de Menagem. Esta, apresenta planta quadrangular com as dimensões de doze
metros de largura por cerca de vinte e oito metros de altura, dividida
internamente em rés do chão (cisterna) e mais três pavimentos com teto em
abóbada de berço. Em suas paredes de granito rasgam-se algumas seteiras, e no
alçado a Leste, varandas de madeira. Coroada por merlões e ameias, nos
vértices, pequenos balcões semicirculares são suportados por Mata-cães. É
acedida pelo primeiro pavimento, através de uma escada de pedra em ângulo, com
guardas, também de pedra, e porta em arco de volta perfeita, com moldura
torada, encimada por um brasão real com dezanove castelos.
A barbacã da torre, percorrida por adarve, apresenta, na
fachada sudoeste, uma porta em arco de volta perfeita. Esta porta é defendida
por um balcão rectangular e saliente com matacães. Balcão semelhante pode ser
observado na fachada noroeste, assim como um outro, de canto circular, no
ângulo destas fachadas. O acesso ao adarve é feito pelo balcão com passadiço, a
partir do segundo pavimento da torre.
O conjunto encontra-se parcialmente envolvido por um jardim
artístico, delimitado pelas muralhas.
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