Texto resumido da wikipedia lusa.
O Castelo de Guimarães localiza-se na atual freguesia de Oliveira, São Paio e São Sebastião, cidade e município de Guimarães, no distrito de Braga, em Portugal.
Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede,
este monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas
da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da
nacionalidade.
Classificado como Monumento Nacional desde 1908, em 2007 foi
eleito informalmente como uma das Sete maravilhas de Portugal.
O castelo medieval
A povoação de Vimaranes distribuía-se, na época, em dois
núcleos: um no topo do então chamado Monte Largo, e outro, no sopé dessa
elevação, onde o mosteiro foi fundado. Era vulnerável na época, além das
possíveis incursões de forças Muçulmanas, oriundas da fronteira ao Sul de
Coimbra, às incursões de Normandos, oriundos do mar do Norte em embarcações
rápidas e ágeis, que assolavam as costas e o curso navegável dos rios na época.
Visando a defesa do núcleo monacal, a benfeitora principiou,
no topo do Monte Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de
necessidade. É bem conhecido historiograficamente o trecho da carta de doação
desse castelo aos religiosos, lavrada em Dezembro de 958, do qual consta essa
decisão. Acredita-se que a estrutura então erguida, sob a invocação de São
Mamede, fosse bastante simples, composta por uma torre possívelmente envolta
por uma cerca.
Pouco mais de um século passado, a povoação de Vimaranes
encontrava-se entre os domínios doados pelo rei Afonso VI de Leão e Castela a
D. Henrique de Borgonha, que formaram o Condado Portucalense. O conde D.
Henrique (1095-1112) e sua esposa, D. Teresa de Leão escolheram esta povoação e
o seu castelo como residência. Desse modo, a primitiva construção da época de
Mumadona terá sido demolida e, em seu lugar, erguida a imponente estrutura da
Torre de Menagem. O perímetro defensivo foi ampliando e reforçando, nele se
rasgando a porta principal, a Oeste sobre a vila, e a chamada Porta da Traição,
a Leste.
Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso
Henriques, em 1127, ao assédio das forças do rei Afonso VII de Leão e Castela,
evento que levou Egas Moniz a garantir aquele soberano a vassalagem de seu amo,
libertando a vila do cerco. No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi
testemunha do embate entre as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa
(24 de junho de 1128) que, com a vitória das armas do primeiro, deu origem à
nacionalidade portuguesa.
Entre o final do século XII e o início do XIII, D. Sancho I
(1185-1211) circuitou a parte alta da vila a cavalo, a fim de lhe assinalar um
termo, sendo provável que se tivesse iniciado o amuralhamento da vila a partir
de então. Em meados do século XIII, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279),
iniciou-se o traçado definitivo da cerca da vila, unificando a vila do Castelo
(parte alta) à vila de Santa Maria (parte baixa). Estas obras estariam
concluídas ao tempo de D. Dinis (1279-1325), em data anterior a 1322, quando a
vila, cujo alcaide era Mem Rodrigues de Vasconcelos, suportou vitoriosa o
assédio das tropas do infante D. Afonso. Em seu interior, entretanto,
manteve-se o antigo muro da parte alta, demolido por volta de 1420.
Do século XV aos nossos dias
A partir do século XV, diante dos progressos na artilharia,
o Castelo de Guimarães perdeu a sua função defensiva. No século seguinte as
suas dependências passaram a abrigar a Cadeia Municipal, e, no século XVII, um
palheiro do rei, acentuando-se a sua ruína.
A vila foi elevada a cidade em 1853, por D. Maria II
(1826-1828, 1834-1853). Posteriormente, sob o reinado de D. Luís (1861-1889) o
castelo foi classificado, por Decreto publicado em 19 de Março de 1881,
"Monumento Histórico de 1ª Classe", o único na região do Minho.
Classificado como Monumento Nacional por Decretos publicados
em 27 de Agosto de 1908 e em 1910, a partir de 1937 a Direcção Geral dos
Edifícios e Monumentos Nacionais iniciou-lhe extensa campanha de intervenção,
que culminou com a sua reinauguração, em 4 de Junho de 1940 por ocasião das
comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.
Posteriormente o mesmo órgão executou obras menores no
conjunto em 1966, 1981 e 1986.
Atualmente bem conservado, encontra-se aberto à visitação
pública. Apresenta planta no formato aproximado de um escudo facetado. As suas
muralhas, reforçadas por quatro torres, são rasgadas por portas. Um adarve,
acedido por escadas nas torres, percorre a parte superior das muralhas,
coroadas por ameias pentagonais, de recorte pontiagudo. Na face oeste, uma
ponte de madeira estabelece a ligação entre o adarve das muralhas e a porta da
torre de menagem. No troço norte das muralhas são visíveis as ruínas da antiga
alcáçova, provavelmente do século XIV, que se divide em dois pavimentos,
destacando-se as suas janelas exteriores e duas chaminés.
O portão principal, a oeste, é defendido por dois torrões,
estando outros dois a defender a porta da traição, a leste.
A Torre de Menagem, ao centro da praça de armas, apresenta
planta quadrangular, com poucas aberturas assinalando os pavimentos, ligados
internamente por escada de madeira e de pedra. Um adarve largo e contínuo
permite a circulação e a observação no topo da torre, coroada por ameias
pentagonais pontiagudas.
Curiosidades
De acordo com a tradição, aqui nasceu o primeiro rei de
Portugal, D. Afonso Henriques (1109 - 1185). A pia onde se afirma ter sido
baptizado encontra-se na capela românica da Igreja de São Miguel da Oliveira,
no setor Oeste do castelo.
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